domingo, 11 de março de 2018

O TRATAMENTO DA ÁGUA

                A água é indispensável à vida humana: além de bebermos, usamos a água para cozer os alimentos e para a higiene pessoal e doméstica; é importante para a agricultura; é utilizada em grandes quantidades e para diversos fins pelas indústrias; e assim por diante.

          A água própria para se beber é denominada água potável. Não precisa ser pura, na conceituação química, isto é, conter somente moléculas de H2O, mas é necessário que ela esteja límpida; não pode conter terra nem outros materiais em suspensão; pode conter somente vestígios de sais em solução, que lhe conferem algum sabor (diferente da água destilada); precisa estar aerada, ou seja, conter um pouco de ar dissolvido, dando ao paladar uma sensação de “água leve”; não deve conter microrganismos que possam causar doenças. Evidentemente, essa água será também apropriada para outros usos domésticos, como: cozer alimentos, lavar roupas e utensílios domésticos, tomar banho etc.

Afortunada seria a cidade que dispusesse de “fontes de água pura”, com todas as características da água potável. Infelizmente, para satisfazer o enorme consumo das grandes cidades, é preciso retirar a água de lagos ou de rios, que, em geral, não é potável — tendo, por isso, de ser convenientemente tratada.



           O tratamento da água para o consumo público segue, em geral, os passos mostrados no esquema dado a seguir:



• a água é bombeada de um lago ou rio (I) até um tanque (II), onde recebe produtos químicos, em geral uma mistura de Al2(SO4)3 e Ca(OH)2.

• a água passa por uma câmara de floculação ou coagulação (III). Neste processo as partículas sólidas se aglomeram em flocos para que sejam removidas mais facilmente.

    A floculação consiste na formação e precipitação de hidróxido de alumínio (Al2(OH)3) que é insolúvel em água e “carrega” as impurezas para o fundo do tanque.

      Primeiramente, o pH da água tem que ser elevado pela adição ou de uma base diretamente, ou de um sal básico conhecido como barrilha (carbonato de sódio):

base:
NaOH(s) → Na+(aq) + OH-(aq)

sal básico:
Na2CO3(s) → 2 Na+(aq) + CO32-(aq)

CO32-(aq) + H2O(l) → HCO3-(aq) + OH-(aq)


     Após o ajuste do pH, adiciona-se o sulfato de alumínio, que irá dissolver na água e depois precipitar na forma de hidróxido de alumínio.

dissolução:
Al2(SO4)3(s)  → 2 Al3+(aq) + 2 SO43-(aq)

precipitação:

Al3+(aq) + 3 OH-(aq) → Al(OH)3(s)



       O Al(OH)3 produzido forma “flocos” ou “coágulos” gelatinosos e insolúveis em água; esses flocos vão “agarrando” as partículas (terra em suspensão, restos de folhas etc.) que estão sendo arrastadas pela água.
  • a água vai então para um tanque de decantação ou sedimentação (IV), onde circula lentamente, dando tempo para que o Al(OH)3 precipite, arrastando consigo as partículas em suspensão existentes na água, os flocos formados vão sedimentando no fundo do tanque “limpando” a água.
  • a seguir, a água passa por um filtro de areia (V), que retém as partículas menores de Al(OH)3 e outras impurezas, nessa etapa a água da parte superior do tanque de sedimentação passa por um filtro que contém várias camadas de cascalho e areia, e assim retiram as impurezas menores.
  • finalmente, a água passa por um clorador (VI), onde é introduzido o cloro, que mata os microrganismos. Ocorre a desinfecção: onde é adicionado na água um composto bactericida e fungicida, como por exemplo o hipoclorito de sódio (água sanitária, NaClO), conhecido como “cloro”.

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