Na cidade de Bhopal, situada na Índia Central e com 800.000 habitantes, existia uma fábrica de
inseticidas, cujo processo se baseava na seguinte reação:
Na ocasião, a fábrica estava parada para reformas, mas mantinha um estoque excessivamente alto de matérias-primas em seus tanques. Na madrugada do dia 3 de dezembro de 1984, devido a uma série de falhas, ocorreu o vazamento de uma grande quantidade de isocianato de metila, gás extremamente tóxico.
Milhares de pessoas saíram pelas ruas, cambaleantes, com dificuldade de respirar, vomitando sangue e com os olhos queimando; muitas delas morreram naquela noite e nos dias seguintes (a nuvem letal demorou dias para se dissipar na atmosfera); e, nos meses seguintes, aumentou o número de abortos e de natimortos.
Como balanço final, calculou-se que cerca de 5.000 pessoas morreram, 50.000 ficaram com graves sequelas (de ordem respiratória, motora e visual) e outras 200.000 foram atingidas em menor grau. Foi, sem dúvida, o maior “desastre químico” que o mundo já conheceu. Como conclusão, devemos, mais uma vez, refletir sobre os custos e os benefícios de nossa civilização: por um lado, o progresso exige quantidades cada vez maiores de produtos químicos, que serão usados em nossos alimentos, vestuário, veículos, moradia etc.; por outro, cada etapa da produção, da armazenagem e do transporte de produtos perigosos é mais um risco que estamos correndo. Sendo assim, somente submetendo os avanços tecnológicos aos princípios da cidadania, da ética, do respeito ao próximo e ao ambiente é que começaremos a contornar essas dificuldades.
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