quarta-feira, 6 de março de 2024

O NASCIMENTO DA QUÍMICA ORGÂNICA

No século XVIII, Carl Wilhelm Scheele (1742-1786) conseguiu isolar ácido tartárico (C4H6O6) da uva, ácido cítrico (C6H8O7) do limão, ácido lático (C3H6O3) do leite, glicerina (C3H8O3) da gordura, uréia (CH4N2O) da urina etc.

Foi por esse motivo que Torbern Olof Bergman (1735-1784) definiu, em 1777, a Química Orgânica como a Química dos compostos existentes nos organismos vivos, vegetais e animais, enquanto a Química Inorgânica seria a Química dos compostos existentes no reino mineral.

Nessa mesma época, Antoine Laurent de Lavoisier (1743-1794) conseguiu analisar vários compostos orgânicos e constatou que todos continham o elemento químico carbono.

Em 1807, Jöns Jakob Berzelius lançou a idéia de que somente os seres vivos possuiriam uma “força vital” capaz de produzir os compostos orgânicos; em outras palavras, criava-se a idéia de que as substâncias orgânicas jamais poderiam ser sintetizadas, isto é, preparadas artificialmente — quer em um laboratório, quer numa indústria.

Por volta de 1816, essa teoria da Força Vital foi abalada quando Michel Chevreul descobriu que o sabão, preparado pela reação de álcalis com gordura animal, poderia ser separado em diversos compostos orgânicos puros, que ele próprio denominou “ácidos graxos”. Pela primeira vez, uma substância orgânica (gordura) fora convertida em outras (ácidos graxos e glicerina) sem a intervenção de uma força vital externa.


Em 1828, porém, Friedrich Wöhler efetuou a seguinte reação:



Desse modo, a partir de um composto mineral (cianato de amônio), Wöhler chegou a um composto orgânico (a uréia, que existe na urina dos animais); começava assim a queda da teoria da força vital.

Nos anos que se seguiram à síntese de Wöhler, muitas outras substâncias orgânicas foram sintetizadas (acetileno, metanol etc.). Em 1845, Adolphe Wilhelm Hermann Kolbe (1818-1884) conseguiu realizar a primeira síntese de um composto orgânico (o ácido acético) a partir de seus elementos. Desse modo, desde a metade do século XIX, os químicos passaram a acreditar na possibilidade de síntese de qualquer substância química. Abandonou-se, definitivamente, a idéia de que os compostos orgânicos deveriam sempre se originar do reino vegetal ou do reino animal. Em conseqüência, Friedrich August Kekulé (1829-1896) propôs, em 1858, o conceito, que hoje usamos, segundo o qual Química Orgânica é a química dos compostos do carbono.

Química Orgânica é a parte da Química que estuda os compostos do carbono.

A Química Inorgânica (ou Mineral), por sua vez, é a parte da Química que estuda os compostos que não têm carbono, isto é, os compostos de todos os demais elementos químicos. Apesar disso, o número de compostos “inorgânicos” conhecidos é muito menor que o de compostos “orgânicos”.

Em verdade, essa divisão da Química em Orgânica e Inorgânica é apenas didática, pois as leis que explicam o comportamento dos compostos orgânicos são as mesmas que explicam o dos inorgânicos. Além disso, existem substâncias, como, por exemplo, CO, CO2, H2CO3 e carbonatos, HCN e cianetos etc., que são consideradas compostos de transição, pois encerram carbono mas têm propriedades mais próximas às dos compostos inorgânicos.



sábado, 2 de março de 2024

ORBITAIS TRIDIMENSIONAIS

O modelo atômico de Schrödinger apresentou um modelo de orbital tridimensional para cada um dos subníveis de enegia e possibilitou a compreensão do fenômeno da hibridação em átomos de carbono, permitindo a determinação da geometria molecular de diversas substâncias químicas.

Orbital atômico ou de um átomo é a denominação dos estados estacionários da função de onda de um elétron. Segundo Schrödinger, é a região de maior probabilidade de se encontrar um elétron.


sexta-feira, 1 de março de 2024

COMPOSTOS ANFIFÍLICOS (OU ANFIPÁTICOS)

Moléculas anfipáticas (do grego: amphi, ambos + pathos, paixão), ou anfifílicas, são moléculas que apresentam características hidrofílicas (solúvel em meio aquoso), e hidrofóbicas (insolúvel em água, porém solúvel em lipídios e solventes orgânicos). As moléculas anfipáticas interagem com a água através da porção hidrofílica que tende a ser hidratada e excluir a porção hidrofóbica. Essa interação forma agregados que são denominados de micelasA maior parte dos sabões e detergentes são compostos que contém esse tipo de molécula.


OUTRO EXEMPLO: FOSFOLPÍDIOS

Os fosfolipídios têm a função de manter a estrutura da membrana e as proteínas têm diversas funções. As membranas plasmáticas de um eucariócitos contêm quantidades particularmente grande de colesterol. As moléculas de colesterol aumentam as propriedades da barreira da bicamada lipídica e devido a seus rígidos anéis planos de esteróides diminuem a mobilidade e torna a bicamada lipídica menos fluida.


A disposição das moléculas na membrana plasmática foi elucidada recentemente, sendo que os lipídios formam uma camada dupla e contínua, no meio da qual se encaixam moléculas de proteína. A dupla camada de fosfolipídios é fluida, de consistência oleosa, e as proteínas mudam de posição continuamente, como se fossem peças de um mosaico. Esse modelo foi sugerido por dois pesquisadores, Singer e Nicholson, e recebeu o nome de Modelo Mosaico Fluido.



DICAS: 
QUANTO MAIS REGIÕES HIDROFÍLICAS EM UMA MOLÉCULA MAIOR A SUA SOLUBILIDADE EM ÁGUA.
HIDROFÍLIA = LIPOFÓBICA   (AMBAS REGIÕES POLARES)
HIDROFÓBICA = LIPOFÍLICA  (AMBAS REGIÕES APOLARES)